Uma nova revelação abalou as estruturas do mundo digital, trazendo à tona um projeto secreto da Meta, anteriormente conhecida como Facebook, para espionar os usuários de algumas das plataformas mais populares da internet: Snapchat, YouTube e Amazon. O projeto, denominado “Project Ghostbusters”, foi descoberto através de documentos revelados em um processo legal contra a gigante das redes sociais.
O Snapchat foi o primeiro alvo desta iniciativa clandestina. O nome “Project Ghostbusters” é uma alusão direta ao icônico fantasma do Snapchat, famoso por suas mensagens que desaparecem após 24 horas. Documentos internos da empresa revelam que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, estava determinado a obter dados analíticos sobre o Snapchat, apesar da criptografia que protegia o tráfego de dados da rede concorrente.
VPN foi usada para monitorar Snapchat
Diante desse desafio, a Meta optou por utilizar o serviço de VPN da empresa Onavo, adquirida em 2013. Em julho de 2016, a equipe propôs o uso de kits instalados em dispositivos Android e iOS para interceptar o tráfego de dados, uma abordagem conhecida como “man-in-the-middle”, comumente associada a ataques de interceptação de dados. Surpreendentemente, o aplicativo da Onavo, sob o pretexto de economizar dados móveis e proteger contra sites maliciosos, permitia à Meta acessar o tráfego de rede e até mesmo ler dados antes de serem criptografados, possibilitando o monitoramento das atividades dos usuários no Snapchat.
Posteriormente, segundo os documentos do processo, a Meta estendeu essa prática de espionagem para monitorar os usuários da Amazon e do YouTube. Embora os responsáveis pelas áreas de segurança e infraestrutura tenham se oposto a essa ideia, a chefia da rede social decidiu prosseguir com o plano.
Documentos comprovam suspeita antiga
Essas revelações confirmam suspeitas antigas e reacendem debates sobre privacidade e ética no mundo digital. O Project Ghostbusters veio à tona através de documentos divulgados pela Justiça dos Estados Unidos, como parte de uma ação coletiva movida por consumidores contra a Meta, que os acusam de mentir sobre suas práticas de coleta de dados.
Essa não é a primeira vez que a Meta enfrenta controvérsias relacionadas à privacidade. Em 2019, a empresa encerrou o aplicativo Onavo após polêmicas envolvendo a privacidade dos usuários, juntamente com o Facebook Research, que pagava jovens para monitorar suas atividades em dispositivos móveis.
Até o momento, as empresas envolvidas, incluindo Amazon, Google, Meta e Snap, recusaram-se a comentar sobre o assunto quando procuradas pelo TechCrunch. Essa revelação levanta sérias questões sobre a confiança dos usuários nas grandes empresas de tecnologia e reforça a necessidade de uma maior transparência e proteção da privacidade dos dados dos usuários. Afinal, até que ponto nossa privacidade está segura no mundo digital?
Fonte: techcrunch.com